domingo, 3 de outubro de 2010

CONFIMADO 2º TURNO DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL

Uma estreante em eleições, que tinha ocupado apenas cargos de coadjuvante, com a pecha de ser excessivamente técnica. Um adversário que participa de votações desde os anos 80, considerado turrão, ex-governador de São Paulo e presidenciável em 2002. A alta popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, batendo nos 80%, tornou essa disputa mais equilibrada. E é disso que depende o resultado final.

Placar presidente >    urnas apuradas: 97%
Dilma PT
46.5% 45.908.014 votos             
José Serra PSDB
32.8% 32.354.155 votos
Marina Silva PV
19.6% 19.320.386 votos
Por mais que importe o apoio da terceira colocada, Marina Silva (PV), o que estará em jogo é a capacidade de transferência de votos lulistas para a segunda votação presidencial, em 31 de outubro. Nas pesquisas, Dilma aparece à frente de Serra. Mas nas últimas duas semanas de campanha, a petista caiu nas preferências por conta de escândalos na Casa Civil, que podem afetá-la no noticiário até o fim deste mês.

Serra, por sua vez, terá a chance de ajeitar sua campanha errática no primeiro turno, quando tentou até se associar a Lula no horário eleitoral obrigatório para não perder votos para a preferida do presidente. Depois de uma queda vertiginosa nas pesquisas em agosto, recuperou-se levemente em setembro, mas foi ofuscado pela ascensão da ex-ministra Marina, cujo apoio buscará com insistência.

O embate final entre Dilma e Serra não era desejado por Lula, que se esforçou para tirar o deputado Ciro Gomes (PSB) da disputa para resolver o confronto o quanto antes. Se o eleitorado não deu ao presidente o sabor de dar-lhe sua sucessora na primeira votação, poderá fazê-lo na segunda oportunidade com o reforço de vários governadores, senadores e deputados eleitos com a ajuda do petista.

Sinais de Dilma
Filiada ao PT há menos de uma década, a ex-pedetista Dilma não teve tanto trabalho como o rival Serra para domar os vários interesses de aliados. Mas com mais um mês de campanha, o apoio costuma ficar mais caro para os presidenciáveis, traduzindo-se mais tarde em cargos públicos de prestígio. Nada fácil para uma mulher que aprendeu apenas recentemente a transitar no mundo político.

Até agora, Dilma não precisou de sólidos compromissos de campanha. Bastou mostrar o legado da gestão atual e indicar que pretende seguir o modelo de coalizão adotado pelo petista em seu segundo mandato, sem espaço para extremismos, mas com bastante possibilidade de fisiologismo. Mas, ao contrário de Lula, já poderá fazer campanha dizendo ter maioria na Câmara dos Deputados e no Senado.

No primeiro turno, Dilma eleita mostrou que aprendeu mais uma lição de seu maior defensor: deixar pelo caminho aliados que se envolvam em práticas suspeitas. Na reta final, sofreu ataques dos adversários por conta de sua ex-braço direito na Casa Civil, Erenice Guerra, demitida do ministério depois que seu filho se envolveu com lobistas. O assunto deve voltar a turbinar o noticiário por conta do mês adicional de disputa.

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