Nada menos que treze em cargos, que poderão ser nomeados à vontade pelos vereadores sem necessidade de concurso público, estão sendo criados na Câmara Municipal de Ilhabela. Todos eles trazem a denominação “assessores” na frente pra burlar a necessidade de seleção pública.
É muito cargo político para uma Câmara tão pequena, de uma cidade tão pequena, com uma arrecadação tão pequena, onde existem apenas nove vereadores. Com a farra com o dinheiro público, revelada na criação de novos cargos em comissão, podemos pensar que lá os vereadores ou são ou também pensam pequeno, imediatistas. Será que podemos?
É a maldição decorrente da eleição da nova Mesa Diretora. O vereador, para sentar o traseiro na cadeira de presidente do Poder Legislativo, para comandar carros, celebrar contratos e sentir-se um pouco “poderoso”, faz aquilo que até o satanás duvida, mas aplaude. Criar cargos desnecessários é o de menos.
Afinal, quem vai pagar as despesas com os novos cargos públicos? O Erário, evidentemente. Assim, faz-se cortesia com o chapéu alheio, à custa do suado dinheiro do munícipe ilhabelense.
A coisa, por esses legislativos afora, tem funcionado mais ou menos assim: você vota em mim que eu crio cargos aqui na Câmara para você empregar quem bem quiser. Não precisa ser técnico, nada, basta apenas a indicação do vereador. É a prática do famoso QI – quem indica. A pessoa nomeada nada faz; se faz, sai uma m.... Muitos nem comparecem para trabalhar – são os funcionários fantasmas. Muuuu..... Ai, que medo!
Não sei se assim que acontece na Ilhabela, mas é assim que tem ocorrido nas Câmaras Municipais pela aí.
A Câmara ilhéu já possui 11 funcionários efetivos, concursados. É o que basta para a Câmara. Não precisa de mais ninguém para atender apenas a nove vereadores. Não há tanto serviço assim. Fazer indicação, requerimento, leizinhas inconstitucionais? Ora, isso qualquer um faz. E não há dúvidas de que os servidores efetivos têm competência de sobra para isso e para muito mais, principalmente quando um trabalho sério for exigido.
De há muito se convencionou chamar esses pobres-diabos efetivos de “barnabés”, que sustentam a estrutura do legislativo enquanto os demais, privilegiados pelas indicações políticas, e por isso mesmo intocáveis, se divertem “freqüentando” a Casa Legislativa, e farreiam pelos corredores, sem qualquer responsabilidade aparente.
Não sei se assim que acontece na Ilhabela, mas é assim que tem ocorrido nas Câmaras Municipais pela aí.
Para complicar, a Câmara já possui 23 funcionários comissionados, e com os 13 cargos que estão sendo criados, o total de “funcionários” nomeados por serem amigos ou parentes de amigos sobe para 36. É o fim da picada. A regra é o concurso público. Mas apenas 11 concursados há frente a 36 nomeados. Na Ilhabela, o que era para ser regra virou exceção; o que era para ser exceção, a regra. Ou seja, na Câmara de Ilhabela não há regras; se as há, não se as respeitam. Pobre contribuinte!
Tomara Deus que não estejam criando cargos em comissão só para tomar a metade do salário do felizardo que será contratato. Não sei se assim que acontece na Ilhabela, mas é assim que tem ocorrido nas Câmaras Municipais pela aí...
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