A Polícia Federal revelou ontem que além de dois agentes federais, um advogado e o estagiário dele, um delegado da PF de São Sebastião também está sendo investigado pela corporação dentro da Operação Pré-Sal.
foto: divulgação |
De acordo com a assessoria da PF, o delegado está sendo investigado por suposta cumplicidade no caso. A identidade do delegado, assim com a dos demais investigados, não foi revelada, e a PF informou apenas que não se trata do delegado chefe de São Sebastião.
Como a extorsão era praticada por policiais federais em horário de expediente e utilizando carros oficiais da corporação, o delegado investigado deverá esclarecer, entre outras coisas, como estes crimes ocorriam sem que os superiores tivessem conhecimento.
Junto com o delegado estão sendo investigados outras quatro pessoas, sendo dois policiais federais, um advogado e seu estagiário, todos indiciados pela PF durante a operação por supostamente participarem de um esquema de extorsão no Litoral Norte.
Medo. Na manhã de ontem o empresário vítima da quadrilha que exigiu mais de R$ 400 mil dele para boicotar uma investigação que nunca existiu, falou pela primeira vez sobre a extorsão.
Segundo o empresário, que possui uma rede com 12 postos de combustíveis em três cidades do Litoral Norte, a tentativa de extorsão começou porque o advogado integrante da quadrilha descobriu que o empresário tinha um processo na Justiça de regularização de documentos de cinco postos.
Sem saber o teor dos processos, o advogado teria procurado o advogado da vítima, Onivaldo Freitas Junior, e tentado a extorsão alegando que a PF estava investigando os postos por adulteração de combustível e que o empresário deveria fazer o pagamento para que ele conseguisse interromper a investigação. “Depois disso os agentes passaram a visitar os postos, pedir documentos e pressionar, e por isso fizemos a denúncia”, disse a vítima.
Ainda de acordo com o empresário, durante as investigações carros da PF ficaram rondando os postos de combustíveis da rede dele e após a deflagração da operação, eles estariam sendo perseguidos e já teriam detectado a presença de veículos suspeitos próximos à residência deles.
Onivaldo Freitas Junior, disse que irá na PF de São José dos Campos na segunda-feira solicitar proteção para a família dele e a do empresário, temendo represálias por parte dos policiais investigados.
OAB. Apesar de aconselhável pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em casos onde existe a suspeita de uma conduta inadequada ao decoro e dignidade da classe, a OAB de Caraguatatuba informou que, por enquanto, não irá instaurar nenhum procedimento de ética e disciplina para apurar internamente a conduta do advogado da cidade indiciado esta semana pela PF, acusado de integrar a quadrilha.
Segundo a presidente da OAB da cidade, Gislayne Macedo de Almeida, por enquanto o órgão não vai abrir nenhum tipo de processo ou investigação sobre o caso.
FEDERAIS NO LITORAL
Operação - Mandados
Depois de cinco meses de investigações, a PF deflagrou na manhã de terça-feira a Operação Pré-Sal com cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão simultâneos em São Paulo, São José dos Campos, Praia Grande, Caraguatatuba e São Sebastião. Na ocasião, três pessoas, sendo uma delas um agente da PF, foram presos em São Sebastião. Na operação, 70 policiais federais cumpriram 14 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de condução coercitiva -- quando as pessoas são levadas por policiais para depor
Prisão - Tráfico de drogas
Durante as investigações sobre a extorsão de proprietários de postos de combustíveis, a PF descobriu também o envolvimento de policiais federais de São Sebastião com o tráfico de drogas e prendeu três pessoas
Suspeito - Investigação continua
A investigação sobre o esquema continua. Dezenas de documentos apreendidos durante a operação estão sendo analisados. Além disso, um delegado está sendo investigado, dois agentes da PF já foram indiciados e um advogado, que é filho de um delegado da Polícia Civil de São José dos Campos e que também foi indiciado junto com o estagiário dele, são apontados como os ‘cabeças’ do crime
Luara Leimig - Taubaté
Luara Leimig - Taubaté
/jornal O Vale, de 04/06/11
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